A Polícia Civil de Goiás deflagrou, na manhã desta quinta-feira (31), uma operação que tem como foco Organizações Não Governamentais (ONGs) contempladas com emendas parlamentares impositivas no âmbito municipal. A ação ocorre em Goiânia e em cidades da Região Metropolitana. As investigações apontam possíveis irregularidades na destinação e utilização de recursos públicos repassados a duas ONGs, que juntas receberam R$ 1.839.200.
Segundo a Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), responsável pela investigação, uma das emendas, no valor de R$ 1,5 milhão, teria sido destinada à promoção de eventos circenses. A outra, de R$ 339,2 mil, teria como objetivo o financiamento de atividades culturais. Ambas tramitaram pela Secretaria Municipal de Cultura entre os anos de 2023 e 2024.
A operação, intitulada “Operação Picadeiro”, cumpre cinco mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares. Até o momento, os nomes das ONGs investigadas não foram divulgados, o que impossibilitou o contato com possíveis representantes para manifestação.
Conforme informações divulgadas pela Polícia Civil, a apuração revelou a ausência de diversos documentos obrigatórios para a execução dos projetos financiados com recursos públicos, como parecer técnico, cronograma de desembolso, prestação de contas, previsão orçamentária, indicação de gestor responsável e criação de comissão de monitoramento.
A investigação também apontou a inexistência de indícios de que as organizações possuíam estrutura técnica, operacional ou material suficiente para executar os planos de trabalho previstos.
Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Cultura afirmou que os fatos apurados pela Polícia Civil referem-se à gestão anterior (2023–2024) e declarou que a atual administração está à disposição para colaborar com as investigações.
Uma coletiva de imprensa será realizada às 11h desta quinta-feira, conduzida pelos delegados Francisco Lipari e Bruno Barros, que detalharão a operação.